Miguel Levy
Ainda é comum
encontrarmos em nossas gavetas e prateleiras aqueles manuais dos eletrônicos
que compramos, como telefones, aparelhos de TV, blu-ray e tantas outras coisas
que depois de algum esforço conseguimos adquirir. Compramos, levamos para casa,
abrimos a embalagem e já estamos procurando o botão de ligar. Tudo o que
queremos é começar a usar o produto. Afinal de contas foi para isso que
compramos não é verdade?
O fato é que
pouca gente lê os manuais antes de começar a utilizar os produtos. Por
algum motivo acreditamos que já sabemos
tudo o que precisamos para operar da melhor maneira qualquer equipamento que
compramos. O que não é verdade. Passamos todo o tempo sub-utilizando
computadores, aparelhos celular, máquinas fotográficas e o mais incrível é que
tão logo nos deparamos com uma versão mais recente desses equipamentos já
estamos prontos para abandonar aquele que sub-utilizamos para começar a mesma
história. É interessante quando pensamos que independente das atualizações que
fazemos, continuamos a usar os mesmos recursos em equipamentos cada vez mais
sofisticados.
A falta da
leitura dos manuais dos produtos que usamos nos leva a operá-los de maneira
imprópria, não usufruindo dos benefícios para os quais os seus idealizadores o
projetaram e muitas vezes diminuímos bastante sua vida útil em função de sua má
utilização. Aí, começamos a reclamar do produto e muitas vezes condenamos
produtos excelentes em função de nossa incapacidade de operá-los da maneira
correta.
Mas tudo isso
é uma analogia para o que desejo meditar agora. Muitas vezes nos vemos na mesma
situação. Reclamando de situações onde nos encontramos e não sabemos como
resolvê-las e como é de nossa natureza, passamos a responsabilidade do problema
no produto para o fabricante. Neste caso, Deus.
Pelo que
sabemos de Deus através de sua Palavra, os seus propósitos e planos são
perfeitos e destinados ao sucesso, inclusive no que diz respeito a nós. O propósito
original de Deus para o homem continua perfeito e revelado sem qualquer tipo de
mistério, basta apenas que nós, nos dediquemos a estudar o manual e segui-lo a
risca.
Por algum
motivo aprendemos em nossa história de vida que Deus seria responsável pelo trabalho de construção da
nossa vida e baseados nesta crença relaxamos nos cuidados em buscar conhecer o
coração de Deus e dessa forma entendermos seus planos para nossa vida, quando
na verdade Deus providenciou tudo o que precisamos para que construíssemos nossa
vida com segurança e dentro do seu propósito.
Encontramos
na primeira epístola de Pedro, no capítulo primeiro que já recebemos de Deus
tudo o que precisamos para essa vida. E ainda em Lucas seis, Jesus conta uma parábola
para nos mostrar que nós somos os construtores de nossas vidas, mas devemos
fazê-lo seguindo os seus ensinamentos. Orientados por ele, podemos edificar uma
história de vida segura de todas as dificuldades que ele falou que viriam
contra nós e que certamente virão.
Ter acesso
aos ensinamentos de Deus, ouvi-los, estuda-los e não praticá-los é a maior
tolice que um homem pode cometer. Esperar que Deus realize um trabalho que é
nosso é um grande erro, pois estaremos fadados a não conseguir o que esperamos,
uma vez que Deus tendo estabelecido seus princípios certamente não os mudará,
independente do nosso esforço em tenta-lo.
O homem
classificado como tolo, não é exatamente o
inoperante, o que não realiza, não empreende, mas sim o que o faz sem
seguir os conselhos de Deus. Esperando proteção divina contra as dificuldades
da vida acreditando que por ser filho de Deus elas não virão, não edifica uma
vida segura o bastante para resistir os vendavais quando eles fatalmente
chegarem.
A grande ilusão
do homem em acreditar que nunca estará sujeito a todas as mazelas do mundo
acaba fomentada pela sua própria teimosia em continuar não seguindo os
conselhos de Deus. Em Provérbios vemos o sábio Salomão afirmar que quem insiste
no erro depois de muita repreensão será destruído sem aviso e irremediavelmente
(Pv 29:1). Então nós podemos explicar porque que do nada nos deparamos com
furações, terremotos, tisunamis que sem aviso varrem a terra construções edificadas
fora da rocha, sem alicerces e sem qualquer segurança. Nunca estaremos
protegidos de tudo isto, mas Deus, através de sua Palavra nos ensina a como
vivermos seguros em meio a tudo isto.
Podemos escolher
qual será a fonte dos nossos conselhos. Ou ouvimos Deus ou qualquer outra voz.
A questão é se estamos direcionando o rumo da nossa vida para um caminho de
obediência ou de desobediência aos princípios de Deus, ao seu propósito para
nossa vida.
Na carta do
apóstolo Paulo aos Efésios, no capítulo cinco, verso seis, vemos a ira de Deus
vem certamente sobre os que vivem na desobediência, seguindo o conselhos dos
tolos, os mesmos que insistem em edificar suas vidas fora da rocha, dos
ensinamentos de Deus (Lc 6:46).
O conselho
dos homens sempre são fundamentados no que eles tem como padrão ou referência
de ideal e sempre estão limitados ao que podem ver, sentir e experimentar. Por
isso sempre são falhos, frágeis e vulneráveis. O nosso padrão de vida ideal nem
sempre esta focado na eternidade e sim nos poucos momentos que teremos de
existência neste mundo. Mesmo após constatarmos que nossa vida está edificada
fora de um alicerce seguro, somos pouco motivados a resolver definitivamente
este problema pois quase sempre não estamos dispostos a comprometer o que já construímos.
Diante de tal situação, levar este problema para Deus resolver é esperar que
ele faça a única coisa certa que certamente ele fará. Preservar nossa vida e
destruir tudo o que construímos fora dos seus ensinamentos.
Deus sempre
está interessado em nos levar por um caminho de segurança para que possamos
cumprir seu propósito. Por isso deixou sai Palavra, enviou seu filho para anunciá-la
e derramou o seu Espírito para dar testemunho.
Questionar
Deus, ou perguntar onde ele está enquanto tantas catástrofes acontecem no mundo
é a postura de quem não o conhece nem busca entender seus propósitos para a
vida. Deus está onde sempre esteve cumprindo sua Palavra e seguindo o seu
propósito enquanto nós, deveríamos nos empenhar em ler o manual, descobrir qual
a melhor forma de nosso funcionamento para que dessa forma possamos viver a
plenitude do que Deus planejou para nossa vida com alegria e segurança.
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